sábado, 27 de dezembro de 2014

Squier John 5 Telecaster

Já que estamos vindo da semana passada, em que falei sobre uma guitarra signature – a de Michael Angelo –, nesta semana a vibe vai ser a mesma. Hoje o modelo vai ser o de um monstro das seis cordas, porém com um toque “modern vintage”: John 5.

John 5 não é apenas um guitar hero de heavy metal, mas também um virtuoso da country music. Apesar de ter ficado conhecido após tocar com Marilyn Manson (e ter adquirido seu pseudônimo e maquiagem lá), 5 já era um cara bastante conhecido antes. Juntamente com o departamento Custom Shop da Fender, John criou vários modelos com seu nome ao longo dos últimos anos. Este da Squier é uma versão simplificada, mas ainda com muitos dos charmes dos top de linha da Fender.


Recentemente, a Fender lançou uma versão dourada desta guitarra, mas o modelo “black and silver” é o mais tradicional, já que foi o primeiro e, além disso, possui várias versões com detalhes diferentes, porém sempre mantendo este look. O primeiro detalhe que chama a atenção nesta guita é a presença de dois humbucker ao invés de dois single-coils, como é de praxe em uma Telecaster. Isso por si só já muda todo o approach desta Squier. Mesclando o som mais pesado e com mais ataque de uma Les Paul e o visual vintage de uma Tele, esta John 5 é o espelho da realidade atual, em que o tradicional e o moderno caminham juntos. Estes dois humbuckers são custom made pela Fender para a linha Squier, e assim como as versões Vintage Modified, são caps de alto nível em guitarras a um preço extremamente acessível. Temos um Custom Ceramic na ponte e um Custom Alnico II no braço.


Para acompanhar o visual preto e prateado, a J5 Squier vem com frisos brancos no corpo, o headstock pintado de preto e com a logo em silver, e um escudo espelhado. Há alguns modelos da J5 que vêm com escudo preto, para aqueles que preferem um visual mais “clean”, já que qualquer peça espelhada suja bastante. O headstock do modelo Squier é no formato tradicional da Telecaster, diferentemente dos modelos Custom Shop, que vêm com o headstock “pontudo”, mais agressivo. O braço deste modelo é em maple, com um shape C 60’s, vem com 22 trastes médium jumbo em uma trasteira em rosewood. O corpo é em alder e com um acabamento gloss.


As peças prateadas mantêm o visual silver proposto pelo escudo e pela logo. A ponte vem com carrinhos individuais para cada corda para um controle de afinação de oitavas mais preciso, diferentemente de Teles mais vintage, que ainda hoje mantêm três carrinhos, o que não controle as oitavas tão bem. Quem curte um som mais old school, gosta de tocar slide guitar e afins, gosta desse approach “antigo”, mas para tocar metal a proposta é outra. Os dois knobs da J5 são de volume, um para cada captador, já que John 5 brinca com diferentes timbres através da mescla de ganho de cada cap. A chave seletora tem três posições, assim como uma Les Paul tradicional. E o resto é tocar e curtir!


É isso, galera! Tenham um bom final de ano e venham curtir muitas guitas na Garagem em 2015!




sábado, 20 de dezembro de 2014

Dean Michael Angelo Batio Rocket

A guitarra desta semana é a verdadeira e mais genuína “ame ou odeie” de todos os tempos. Não apenas pelo seu look e pelo seu setup, mas principalmente pelo guitarrista que está por trás dela: Michael Angelo Batio. Conhecido na década de 80 apenas como Michael Angelo, este guitar hero veio à tona com sua banda Nitro, ao lado do vocalista Jim Gillette. Ambos, na época, tinham como objetivo principal serem rápidos e exagerados. Angelo com sua técnica e limpeza inacreditáveis, e Gillette com o máximo de agudos possível. Nos anos 80, isso – para muitos – era o auge.  Apesar de Jim Gillette ter praticamente se aposentado, Michael Angelo continua dando workshops e aulas, pois é difícil encontrar um guitarrista com tanta técnica.


A Dean MAB Rocket é uma reedição da clássica Rocket que Batio usava com o Nitro e na série de vídeo aulas “Speed Kills”, que como o nome já diz, é focada em ensinar o estudante a tocar limpo e muito rápido. A Rocket Guitar original foi minuciosamente estudada para criar este modelo signature por um preço bastante aceitável. O primeiro “feature” desta guitarra única é o número de trastes: 29! Com mais de duas oitavas de braço, a Rocket é ideal para quem quer “fritar” o máximo possível e com o maior número de notas que uma guitarra pode oferecer.


Como você pode ver acima, o corpo da Rocket é feito de forma que o acesso aos trastes seja sempre muito fácil, permitindo ao guitarrista uma naturalidade ao correr pelo braço. O corpo da Rocket é feito em mahogany, com um acabamento hi-tech, imitando metal, para que a guitarra fique bem temática. O braço é aparafusado – setup comum entre guitarras mais “tecnológicas” – e em maple. O shape é o que a Dean chama de C Batio, ou seja, um formato baseado no tradicional C-shape de guitarras clássicas, porém levemente modificado segundo as preferências de Batio, sempre visando facilitar o deslize da mão de cima a baixo da trasteira. A escala tem 25.5”.


Vamos para a parte elétrica e afins. Os captadores desta versão da Rocket são bastante agressivos, para um ataque com bastante punch e perfeito para solos bem agudos. No braço, bem colado ao último traste, temos um single-coil DMT design da Dean. Logo ao lado, na posição da ponte – muito próximo ao braço se comparado a guitarras tradicionais –, temos um humbucker também DMT design. É bom lembrar que ambos são captadores passivos, pois geralmente guitarras desse estilo vêm com caps ativos, como EMGs 81 ou 85, além de alguns ativos da própria marca de cada guitarra. A ponte e o locking nut são ambos Floyd Rose, a marca clássica de tremolos e vibratos hit-tech que domina o mercado desde os anos 80.


Gostou? Odiou? Não importa. O que interessa é que estamos falando de guitarras! ;-)



sábado, 13 de dezembro de 2014

Fender Road Worn '60s Jazzmaster

Você já conhece a série Road Worn da Fender? Pois bem... Sim, são aquelas guitarras e baixos que você jura que têm décadas, mas na verdade são novinhos em folha. Para resgatar o sentimento de afeição que um dono tem por seu instrumento após décadas de uso, quando todos os riscos, batidas e amassados fazem parte da história, a Fender propõe a série Road Worn. Você pode ter uma guitarra que carrega consigo as marcas do tempo sem que você tenha que ter passado anos na estrada com ela. Afinal, nem todo mundo escolheu ter uma vida de guitarrista itinerante, mas nem por isso a vontade de ter uma guita marcada pelo tempo deixa de ser um atrativo! Vamos falar um pouco sobre a Road Worn 60’s Jazzmaster.


Nos últimos anos, talvez um pouco mais de uma década, as guitarras vintage deram um boost de popularidade ainda maior. Desde músicos das antigas até a garotada que está começando, muita gente aparece tocando modelos como as Fender Mustang, Jaguar e Jazzmaster.
Pode-se dizer que a Jazzmaster é uma “irmã” da Jaguar. O formato do corpo é o mesmo e alguns detalhes diferenciam uma da outra. A versão Road Worn da Jazzmaster vem atualmente na cor sunburst, tonalidade que prevalece na maior parte das guitarras da série, assim como a Stratocaster e a Telecaster, ambas maravilhosas.


Como o próprio nome já diz, a Road Worn não se propõe a criar grandes inovações. Se a ideia é que ela pareça ter 30 anos de estrada, então o certo é que essa guitarra seja bastante tradicional, como os entusiastas querem. Como você pode ver pelo headstock, a logo da Fender é a mais vintage possível, com o visual macarroni seguido de descrições à moda antiga sobre o tremolo e um toque rococó para acompanhar. O corpo double-cut vem em alder, o braço, em formato C-shape, em maple, e a trasteira, com 21 trastes vintage-style, em rosewood. As marcações são bolinha e o tensor é standard com abertura pelo headstock (o que não é TÃO antigo assim, já que as primeiras guitarras com tensor eram reguladas por baixo na parte inferior do braço, perto do corpo).


A Road Worn ‘60s Jazzmaster vem com a configuração de captadores SS (dois single coils). Tanto na posição do braço como na posição da ponte, temos os American Vintage ’65 Jazzmaster single-coils. O visual desse cap é uma mescla de humbucker com single, já que sua largura é bem maior, mas podemos ver pela fileira única de ímãs que de fato é um single. Muita gente preza esse detalhe aparentemente pequeno, mas isso é compreensível, afinal o visual de uma guitarra também é muito importante! Temos dois knobs, um de volume e um de tonalidade, além da chave tradicional de três posições para selecionar cada um dos captadores isoladamente ou juntos. A ponte e a alavanca também são tradicionais das Jazzmaster e Jaguar, mas as ferragens, como não poderia deixar de ser, vêm envelhecidas e enferrujadas. Esta é uma série Made in Mexico, com um preço bastante aceitável e uma qualidade muito acima da média. Gig bag acompanha.


Curtiu? Venha tomar um café e tocar com a gente!




sábado, 6 de dezembro de 2014

Fender Telecaster Cabronita Thinline

Esta semana vou falar de uma das minhas guitarras preferidas, a Fender Telecaster Cabronita. Lembro quando vi um dos modelos pela primeira vez. Foi amor à primeira vista, eu sabia que tinha de ter uma. Lembro também de mostrar a um amigo e ouvir a seguinte frase: “Nossa, que Frankenstein, que coisa mais horrível”. Assim como a maioria das guitarras “modificadas”, a Cabronita teve uma resistência inicial por parte do público, mas logo essa resistência cedeu e vários grandes nomes começaram a usá-la em shows. Em pouco tempo a Cabronita ganhou fãs, merecidamente!


A Cabronita originalmente é uma guitarra solid body, mas logo a Fender lançou a versão thinline (semi-semi-acústica), que também fez um grande sucesso. E é esse o modelo desta semana. A Cabronita Thinline vem em três cores: 2-color Sunburst, Shoreline Gold e White Blonde (aquele branco já envelhecido, tendendo para o creme). Nos dois primeiros modelos, a madeira do corpo é alder, na Blonde, ash. O braço é o C-shaped, em maple, e com um acabamento em uretano.


A trasteira da Cabronita Thinline é em maple e com um ângulo de 9.5”. Vinte e dois trastes medium jumbo com marcações bolinha, tradicionais das Teles e Stratos, completam o setup do braço. O headstock, como não poderia deixar de ser, vem com a logo Fender Macarroni, bem vintage, diferentemente da logo mais moderna, aquela mais popular nos anos 80 e que ainda é usada em várias guitarras até hoje. Como a Cabronita é um modelo bastante old-school, a logo tem de acompanhar a proposta.


Agora vamos para a parte elétrica e afins! Os captadores desta guitarra única são os também únicos Fideli’Tron, popularizados principalmente em algumas guitarras Gretsch e também usados na Fender Coronado. Pode-se dizer que eles são uma mescla de humbuckers com singles, dependendo de como você faz seu setup. Uma coisa que eu percebi ao usar a Thinline, foi que o output do pedal de compressão funciona com os Fideli’Tron da mesma forma com que funciona com captadores single, ou seja, o tipo de intensidade ao acionar o pedal é de um boost enorme, diferentemente do que acontece com os humbuckers, que já tem um output bastante alto. Já que temos aqui dois caps, a chave seletora da Cabronita é a tradicional de três posições, assim como uma Les Paul, por exemplo. Temos um único knob de volume e nenhum de tonalidade. Se você quiser ajustar a tonalidade vá direto para o amp ou para algum pedal equalizador. Mas pode ficar tranqüilo que a Cabronita é bastante equilibrada.


É isso aí! Bom fim de semana e venha nos visitar sempre que quiser!